Antes de mais nada é importante consultar o médico obstetra para a ingestão desse tipo de bebida
Embora as plantas medicinais usadas em CHÁS e infusões pareçam inofensivas, NEM SEMPRE SÃO SEGURAS DURANTE A GRAVIDEZ. “Elas podem conter substâncias que LEVAM AO ABORTO, parto prematuro, contrações uterinas ou LESÕES PARA O FETO”, diz a ginecologista e obstetra Mariana B. Halla.
ANÁLISES DOS ESTUDIOSOS
Segundo Andrea Marim, nutricionista com formação complementar em fitoterápicos do consultório de mesmo nome, existe pouca comprovação científica a respeito do consumo delas, e sobre a quantidade adequada. “O que se sabe é que as que apresentam ALTA CONCENTRAÇÃO DE CAFEÍNA PODEM INTERFERIR NO SONO E NA IRRITABILIDADE DA GESTANTE”, comenta. “E, no período de amamentação, isso PODE PASSAR PARA O BEBÊ”.
CUIDADO NA ESCOLHA
Além disso, o recomendado é BUSCAR AS OPÇÕES MAIS ORGÂNICAS já que, em função do processo de industrialização, algumas fontes de ervas podem apresentar MICROTOXINAS.
Para a nutricionista Camila Cavichioli, da clínica Dr. José Bento de Sousa, a dica é escolher sempre as alternativas de coloração mais clara, cujas PROPRIEDADES SÃO CALMANTES. Inclusive, elas SÃO ÓTIMAS PARA ENJOO E MAL-ESTAR – “desde que a ADIÇÃO DE AÇÚCARES OU ADOÇANTES SEJA DE FORMA CONTROLADA”.
O QUE PODE E O QUE NÃO PODE BEBER
A Dra. Mariana sugere tomar de uma a três xícaras, procurando intercalar os sabores e, de preferência, não todos os dias. Aqui vai uma lista de quais são benéficos e quais são prejudiciais, elaborada com a contribuição das três profissionais:
PERMITIDOS:
- CAMOMILA (COM EXCEÇÃO DA CAMOMILA ROMANA, que pode ocasionar aborto ou lesão no feto, segundo a especialista Andrea): tem propriedade calmante, pode ajudar na ansiedade e insônia.
- ERVA-CIDREIRA: é calmante e digestiva, aponta a nutricionista Camila.
- ERVA-DOCE: também acalma e, ainda, pode auxiliar na amamentação.
- HORTELÃ: útil no alívio de náuseas e flatulência.
- GENGIBRE (MAS COM BASTANTE MODERAÇÃO, pois ele é termogênico e ESTIMULA DEMAIS O METABOLISMO): atua nas ânsias e vômitos. Camila indica a mistura com limão, eficiente para aqueles momentos de indisposição. “O fruto é muito bom para os sintomas, devido a sua acidez”.
- FOLHAS DE FRAMBOESA VERMELHA: ricas em ferro, podem aumentar a produção de leite, reduzir incômodos estomacais e amenizar as dores do parto.
DEVEM SER EVITADOS:
- CHÁ PRETO, VERDE, BRANCO, VERMELHO, PRETO E MATE: vêm com doses significativas de cafeína que, conforme citado anteriormente, age negativamente. Nas mais sensíveis, isso ATIVA A TAQUICARDIA.
- CHÁ DE BOLDO: tem efeitos tóxicos por causa do ASCARIDOL (em outras ocasiões este é bom para combater os vermes intestinais. Só que nas grávidas pode desencadear um aborto).
- CHÁ DE SALSINHA, CANELA, ALECRIM, BUCHINHA-DO-NORTE, ERVA-DO-BICHO, CHÁ DE ARRUDA, CIPÓ-MIL-HOMENS, CONFREI, ESPIRRADEIRA, MELÃO-DE-SÃO-CAETANO E ERVA-DE-SANTA-MARIA entram na mesma categoria.
- DONG QUAI: erva chinesa, incita a atividade uterina e por isso não é aconselhada nessa época.
- SAW PALMETO: fitoterápico empregado comumente nos casos de alopecia androgenética(queda de cabelo), influencia na questão hormonal.
- BLUE OU BLACK COHOSH: também intensifica a função uterina e podem induzir ao parto.Outras substâncias que sozinhas ou combinadas podem ser perigosas: EFEDRINA – proveniente de um arbusto da família das efedráceas para perda de peso, pode elevar a pressão arterial; YOHIMBE – de características afrodisíacas, chega a provocar reações alérgicas e até dificuldades para respirar; PAU D’ARCO– conhecido como ipê amarelo, pode acarretar urticária, tontura, diarreia (também não é indicado no aleitamento).
POSSIVELMENTE INSEGUROS quando usados oralmente (somente com supervisão e acompanhamento de um profissional da área): ALOE, GINSENG, PRÍMULA, KAVA KAVA, SENNA E CRAVO-DA-ÍNDIA.
CONSULTE SEMPRE UM ESPECIALISTA
“A DECISÃO DA INGESTÃO OU NÃO DE CHÁS DEVE SER SEMPRE DISCUTIDA COM O MÉDICO OBSTETRA”, reforça a Dra. Mariana. “O mais importante é lembrar que a BOA HIDRATAÇÃO É INDISPENSÁVEL”.
Especialmente no período de amamentação, é preferível evitar aquelas bebidas diuréticas para refrear a perda líquida.