Apesar da sua importância para a longevidade saudável, a reposição do estrogênio, principal hormônio feminino, ainda enfrenta resistência e temor junto a um grande contingente de mulheres. Para falar sobre os motivos desses receios, e apresentar os novos procedimentos para o restabelecimento do equilíbrio biológico feminino através da modulação hormonal, a Dra. Mariana Halla, especialista em ginecologia endócrina e envelhecimento saudável, será uma das palestrantes do ICAD Brazil 2016 – Congresso Internacional de Dermatologia Estética e Envelhecimento Saudável, que será realizado nos dias 16, 17 e 18 de junho de 2016 no Centro de Exposições Frei Caneca, em São Paulo.
“Além de exercer a função reprodutiva, o estrogênio está envolvido com a proteção cerebral, cardiovascular e óssea, evita surgimento de nódulos tireoidianos e a perda do colágeno da pele e articulações, previne diabetes méllitus e mantém a produção de hormônios do bem estar, como dopamina e serotonina, ou seja, é quase impossível imaginar a vida sem esse hormônio”, diz a Dra. Mariana, questionando o motivo pelo qual ainda prevalece tanta resistência à reposição hormonal.“Esse medo vem sendo alimentado por situações já superadas, sendo a principal delas a publicação, em 2002, do estudo WHI (Women’s Health Initiative), mostrando aumento do risco de câncer de mama após cinco anos de reposição hormonal”, afirma a especialista.
“O que a maioria das pessoas não sabe é que naquela época foi usado o Acetato de Medroxiprogesterona junto com o Estrogênio Equino Conjugado (derivado da urina de éguas prenhas), duas substâncias sintéticas que não são reconhecidas pelo nosso corpo. Além do risco de câncer de mama, também foi registrado aumento do risco de trombose, e algumas mulheres tiveram piora de doenças preexistentes e ganho de peso.”
Dra. Mariana ressalta que, em 2005, a pesquisadora francesa Agnes Fournier publicou um estudo com quase 100 mil mulheres com media de idade de 52 anos, mostrando que o uso de estrogênio pela via transdérmica (através da pele) com a progesterona natural não aumenta o risco de câncer de mama. “Assim, colocamos um ponto final na maior causa de medo entre as mulheres quando se fala de reposição hormonal. A diferença entre o hormônio usado anteriormente e o empregado no estudo é que este último mimetiza de forma perfeita a estrutura da molécula produzida pelo nosso corpo, por isso vem sendo chamado de bioidêntico”. Embora controverso este nome apenas significa igualdade molecular e, segundo Dra. Mariana, pode ser comprado já industrializado em farmácias de rede ou manipulado a pedido médico. As entidades internacionais de Ginecologia e Endocrinologia costumam priorizar os produtos prontos, industrializados, devido ao controle rigoroso da indústria farmacêutica internacional.
Os principais hormônios bioidênticos que costumam ser prescritos são Estrogênio, Progesterona, Testosterona e DHEA. A Testosterona ainda não existe industrializada no comércio mundial para mulheres, portanto deve ser manipulada.
“A deficiência desta última está diretamente ligada ao cansaço, redução da força muscular e falta de libido. Sabemos que até 88% das mulheres apresentam algum distúrbio da sexualidade nesta fase, mas felizmente, após 2001, no Consenso de Princeton, uma conferência internacional de especialistas, ficou estabelecido que mulheres com esse diagnóstico se beneficiariam da reposição de testosterona” diz a Dra. Mariana.
“Ainda sobre este hormônio, mais conhecido como ‘hormônio masculino’ por estar 20 vezes mais elevado nos homens, sabemos da importância nas mulheres, não apenas na sexualidade, mas também como protetor cerebral contra a depressão”, destaca a especialista.
“Segundo o estudo multicêntrico SWAN (Women’s Health Across the Nation), as oscilações da testosterona, que podem começar até cinco anos antes da menopausa, são responsáveis pelas mudanças de humor e depressão que acerca tantas mulheres nesta fase da vida, mas é importante ressaltar que este hormônio não é o mesmo administrado em fisiculturistas, a famosa ‘bomba’ e não vai levar ao anabolismo se usado em doses recomendadas.”
Uma vez feito o diagnóstico da deficiência hormonal, cabe ao médico fazer a escolha do melhor tratamento, sempre procurando utilizar hormônios bioidênticos e preferencialmente pela via transdérmica, na forma de creme, gel ou adesivo, pois assim não haverá aumento do risco de trombose (Scarabin PY, et al. Lancet 2003) nem aumento da pressão arterial ou ainda do risco de câncer de mama.O inicio do uso de hormônios deve acontecer assim que se fizer o diagnóstico da deficiência e dos sintomas, preferencialmente dentro da “Janela de Oportunidade”, que se refere aos primeiros anos de menopausa, não excedendo 10 anos da data da última menstruação para o inicio da medicação. A duração do tratamento será tão longa quanto necessária, não havendo limite desde que respeitados os riscos e benefícios para a mulher.
“Através de uma boa conversa e dosagens hormonais no sangue, fazemos a melhor escolha do tratamento que visa reestabelecer o equilíbrio biológico”, diz a Dra. Mariana. “Assim podemos proteger nosso cérebro de doenças degenerativas como Alzheimer, fortalecer ossos evitando osteoporose, evitar doenças cardiovasculares como aterosclerose, infarto ou derrame, além de preservar o colágeno da pele, ajudar na manutenção do peso corporal e devolver o estímulo a sexualidade, trazendo harmonia e proporcionando uma vida mais saudável e plena”, conclui a especialista.
O ICAD Brazil 2016: o ICAD Brazil – Congresso Internacional de Dermatologia Estética e Envelhecimento Saudável será realizado nos dias 16, 17 e 18 de junho, no Centro de Exposições Frei Caneca, em São Paulo. O evento destinado a Médicos atuantes nas áreas da dermatologia estética, clínica e cirúrgica, e envelhecimento saudável está em sua terceira edição no país, e a programação deste ano prevê cerca de 200 palestras e mais de 20 workshops com renomados especialistas nacionais e internacionais. | Mais informações: www.informagroup.com.br/icad/pt
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